Monarquia britânica abre mão de tradições para manter-se viva
Rainha Elizabeth 2ª em foto tirada por Cecil Beaton em 1960 que integra exposição em Londres
Flexibilidade e capacidade de se reinventar e se adaptar aos novos
tempos são o que garantem a sobrevivência da monarquia britânica,
segundo a avaliação de historiadores e especialistas no tema. Assim como
em outros períodos, o reinado da rainha Elizabeth 2ª, que completou 60
anos nesta semana, teve de abrir mão de tradições e fazer concessões.
Uma delas, certamente a mais significativa, foi alterar a lei para
acabar com a primazia masculina na sucessão ao trono.
Alvo frequente de críticas na imprensa e de alas republicanas da sociedade, a família real também precisou abrir mão de privilégios e começou a pagar impostos para apaziguar a opinião pública. O momento mais crítico do reinado de Elizabeth 2ª foi, porém, a morte da princesa Diana, em 1997. Incapaz de aceitar a popularidade da ex-nora, a rainha bateu de frente com os súditos pela primeira vez. Para resolver a crise institucional, teve de ceder e concedeu a Diana um enterro com as pompas de uma Alteza Real, título que havia perdido com o divórcio.
"Essa versatilidade é importante porque garante o futuro do reino, além de passar a imagem de uma monarquia moderna", afirma Lucy Worsley, historiadora e curadora-chefe do Historic Royal Palaces, instituição que cuida, entre outros, dos palácios que não são ocupados pela família real e da Torre de Londres, onde ficam expostas as joias da rainha.
Andrew Thompson, pesquisador da história moderna britânica na
Universidade de Cambridge, concorda. "É uma tentativa da monarquia de
não se mostrar uma estrutura tão engessada e prepará-la para o século
21." Pela reforma da lei, a ordem de sucessão passa a ser simplesmente
determinada pelo nascimento. Então, o primeiro filho que o príncipe
William tiver, não importa se for homem ou mulher, terá o trono
garantido. No caso da Elizabeth 2ª, ela se tornou rainha porque seu pai,
o rei George 6º, não teve filhos homens.
A rainha, por sua vez, mesmo sendo uma figura reservada que nunca concedeu entrevistas, mantém a sua influência e carisma graças a uma intensa agenda de visitas oficiais e viagens internacionais, mesmo aos 85 anos de idade. De hospitais a escolas, a estratégia é ser vista e interagir com o público, que infalivelmente se junta para vê-la passar com seus chapéus coloridos –tática usada para se destacar mais facilmente na multidão.
"Não é, porém, um concurso de popularidade. Ela leva muito a sério o seu dever de soberana. O senso do dever é uma característica muito apreciada pelos ingleses e é outro fator que conta a seu favor", diz Robert Jobson, jornalista e comentarista que há mais de 20 anos cobre os assuntos relacionados à família rea
Alvo frequente de críticas na imprensa e de alas republicanas da sociedade, a família real também precisou abrir mão de privilégios e começou a pagar impostos para apaziguar a opinião pública. O momento mais crítico do reinado de Elizabeth 2ª foi, porém, a morte da princesa Diana, em 1997. Incapaz de aceitar a popularidade da ex-nora, a rainha bateu de frente com os súditos pela primeira vez. Para resolver a crise institucional, teve de ceder e concedeu a Diana um enterro com as pompas de uma Alteza Real, título que havia perdido com o divórcio.
"Essa versatilidade é importante porque garante o futuro do reino, além de passar a imagem de uma monarquia moderna", afirma Lucy Worsley, historiadora e curadora-chefe do Historic Royal Palaces, instituição que cuida, entre outros, dos palácios que não são ocupados pela família real e da Torre de Londres, onde ficam expostas as joias da rainha.
A rainha, por sua vez, mesmo sendo uma figura reservada que nunca concedeu entrevistas, mantém a sua influência e carisma graças a uma intensa agenda de visitas oficiais e viagens internacionais, mesmo aos 85 anos de idade. De hospitais a escolas, a estratégia é ser vista e interagir com o público, que infalivelmente se junta para vê-la passar com seus chapéus coloridos –tática usada para se destacar mais facilmente na multidão.
"Não é, porém, um concurso de popularidade. Ela leva muito a sério o seu dever de soberana. O senso do dever é uma característica muito apreciada pelos ingleses e é outro fator que conta a seu favor", diz Robert Jobson, jornalista e comentarista que há mais de 20 anos cobre os assuntos relacionados à família rea
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